domingo, 22 de agosto de 2021

O ANJINHO DO AMOR

Hoje ela faria três anos, mas não deu tempo. De repente, não quis mais comer, nem brincar. Preocupação, dúvida, emergência veterinária, internação, desespero... Não resistiu. Em apenas um dia, uma doença silenciosa havia levado nossa anjinha de amor para ser um anjinho no Céu. Ficamos de coração partido.

Nesses quase três anos, Cecy foi a companheirinha da minha mãe em tempo integral. Com a pandemia, também pudemos passar bem mais tempo com ela.

A coisa que ela mais amava na vida era comer com companhia. Vinha ao nosso encontro, e imediatamente tentava nos conduzir para o cantinho da ração. Se alguém se sentava ali, ao seu lado, ela comia, pedia carinho, esfregava o focinho no móvel, ronronava, se refestelava no chão... Satisfeita, ia brincar ou dormir, mas daí a pouco estava chamando de novo para a ração. Se dependesse dela, a gente passava o dia todo indo lá, para vê-la comer.

Sempre que podia, eu me sentava ali com ela, em um banquinho. E ficava. Às vezes olhava, lá de baixo, para o relógio na parede. 8 horas... Às 9 eu estava lá de novo, e às 11. Meia-noite, e eu pensava: por que afinal estou passando tanto tempo sentado neste banquinho? E o olhar da Cecy, transbordando amor, dava-me a resposta. Aquele era o sentido da vida.

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