O que é o patriotismo? Palavra gasta, como tantas outras nobres. Mas que agora, finalmente, retoma seu significado verdadeiro. Porque patriotismo nada tem a ver com cores. Não é uma bandeira, uma pintura, um grito, um símbolo, uma obsessão. Não é, muito menos, odiar o estrangeiro. Patriotismo é amar o seu vizinho.
Patriota hoje, é aquele trabalhador
dos serviços essenciais, que não podem parar. Patriota é o
trabalhador da saúde, da coleta, das farmácias, da segurança, dos
restaurantes, dos supermercados. O caminhoneiro, o porteiro, o
frentista, o taxista, o uberista, o faxineiro, o gari. “Cumprindo o
seu dever e defendendo o seu amor e nossas vidas”, como profetizou
Belchior. Patriota é o entregador de comida, levando nas costas uma
grande caixa e toda a sociedade, que o tem tratado tão mal.
Patriota, hoje, será aquele que ficar
em casa, para não expor a si e aos outros. Patriota seremos a cada
compra que higienizarmos, a cada lavada de mão. Lavemos, pois, com
amor, cuidado e leveza. Patriota será cada empregador que, tendo
condições, pagar seus empregados para ficar em casa. Cada um que o
fizer, salvará vidas. Patriota será aquele jovem que fizer compras para seu vizinho idoso e higienizá-las. Patriota será o que fizer o possível, perdoando-se por não poder fazer o impossível.
Patriota serão os governantes, se socorrerem,
a contento e sem demora, os pequenos e o médios comerciantes, para
que esses tenham condições de pagar salários integrais aos
trabalhadores em quarentena. Patriota será aquele que defender o
complemento da renda do pobre, a renda mínima do muito pobre, para
que nada lhes falte em casa. Patriota será aquele trabalhador que,
recebendo para ficar em casa, mantiver o pagamento de seus
prestadores de serviço, para que estes também permaneçam em seus
lares.
Patriota será o economista que propuser saídas criativas para que se contenha a recessão e evite a fome, sem negligenciar as vidas de idosos e doentes. Patriotas serão as instituições financeiras que ampliarem o crédito aos mais fragilizados, sem segundas intenções usurárias. Patriota serão os representantes da elite que não se opuserem à taxação de suas riquezas, para que não falte ao governo, para que não falte ao mais pobre.
Patriota será o economista que propuser saídas criativas para que se contenha a recessão e evite a fome, sem negligenciar as vidas de idosos e doentes. Patriotas serão as instituições financeiras que ampliarem o crédito aos mais fragilizados, sem segundas intenções usurárias. Patriota serão os representantes da elite que não se opuserem à taxação de suas riquezas, para que não falte ao governo, para que não falte ao mais pobre.
Sejamos gratos, todos os dias, porque o
patriotismo a que hoje somos convocados não exige que matemos e nem
que morramos. Não exige o derramamento de sangue. Pelo contrário,
exige que vivamos e façamos viver. Que, cuidando de nós mesmo,
cuidemos do próximo. E que entendamos que, cuidando do próximo,
mesmo à distância, cuidamos de nós também. Nossas vidas são
inseparáveis. O patriotismo a que hoje somos convocados pode,
finalmente, nos fazer pessoas melhores.
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